Memories of Avalon

Memórias de um lugar perdido no sonho, visão de uma Lua que esconde uma Deusa adormecida...

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Localização: Alcains, Castelo Branco, Portugal

"A terra, o sol, o vento, o mar são a minha biografia e são o meu rosto."

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Escolher agora o silêncio...

"Escolher agora o silêncio, única arma que tenho. Que é a tua desde sempre. E quando tentasses falar comigo, sentires-me distante, outra, sem que percebesses porquê. Magoar-te. Não mais te ver, nem falar contigo, até ao momento em que tu, tal como eu hoje, pensasses que se calhar tinhas inventado tudo numa noite de insónia."

A Paixão de ana B.
Maria Manuel Viana

domingo, 27 de agosto de 2006

***

Amanhã esquecerei o teu nome
e serás apenas uma fugaz lembrança
de um sonho sem esperança.
Esta noite, despida de mim,
a saudade morta no chão,
traços que se esfumam no ar,
o teu nome apagarei,
com a pálida luz do luar.
Serás como fumo de incenso que se consome
entre palavras ausentes de uma canção
e a chama da vela que se apaga
de um antigo ritual pagão.

sábado, 26 de agosto de 2006

Nada tenho para ti...

"Nada tenho para ti. O gostar de ti vai-se perdendo no tempo em que não nos cruzamos. Um dia disse-to, passarás por mim na rua e não me reconhecerás. Será breve quando o for."

A Paixão de ana B.
Maria Manuel Viana

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

**

Começou e acabou num jardim...
E hoje sei que o primeiro olhar era já um adeus.
Até a estátua conspirava naquela noite para que o sangue quente fervesse nas nossas veias, e com o teu toque deixei de sentir frio.
E agora quando por lá passo, talvez na esperança de te encontrar, fito a estátua que me olha indiferente, como uma testemunha que se arrepende.
E sinto a mesma erva fresca na pele, a claridade por entre as sombras das árvores, o riso anónimo de alguém que não sabe que ali descobri que a tua aura é azul, no mesmo jardim onde não voltarei a ver-te...

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Vou parar...

"Vou parar, deixar de escrever, voltar atrás ao tempo em que ainda não nos conhecíamos, a ausência, o silêncio, como a dor de cabeça de que só nos lembramos quando se torna insuportável, ou a areia branca da praia deserta que nenhuns pés pisaram nunca."

A Paixão de ana B.
Maria Manuel Viana

terça-feira, 22 de agosto de 2006

*

Todos os lugares me falam de ti... e no meu coração em silêncio, estão palavras que nunca leste.
Queria arrumar-te na gaveta do meu pensamento, encaixar os sentimentos, guardá-los...
Ou talvez deixá-los repousar na caixinha de música a que pertencem.
A minha alma recolhe-se um pouco porque não conseguiste descobri-la nos recantos do meu olhar. Por isso escrevo (há imenso tempo que não o fazia) como se tatuasse na pele esses momentos efémeros, receando que as memórias se apaguem com o tempo.
Ao olhar por esta janela, onde posso por um instante ver o que tu vês, percebo que tem sentido o que li: "Não devemos conhecer quem admiramos".
No meu coração estão palavras que nunca irás ler, o único lugar que não me fala de ti porque estarás sempre lá.


Happy Birthday to meeeeeeee :)
25 anos

domingo, 20 de agosto de 2006

Psicose


(Para o meu Sol que sempre brilha para mim)

Saímos para a rua, ja é noite.
Estamos de preto, um hino à escuridão...
Os nossos olhos negros seguem a Lua, é ela que nos guia através das sombras, ela desvenda-nos os seus mistérios...
Seguimos por vielas escuras até ao Templo...
Abrimos as portas com os símbolos da Lua e do Sol e de imediato somos levadas numa dança alucinante pelo submundo do inconsciente.
Cheira a incenso e o fumo espalha-se no ar.
O brilho metálico das luzes mistura-se com a música pesada que quase nos rebenta os tímpanos. As bebidas espirituosas circulam por entre os seres da noite e os nossos corpos agitam-se num ritmo frenético.
Olho para ela, ela olha para mim, a adrenalina sobe, a nossa visão fica nebulada, apenas distinguimos os braços e os olhos alienados da multidão que se agita no ar.
Fechamos os olhos e sentimos que somos levadas numa viagem astral.
Acordamos em nossos quartos, as nossas mentes estão confusas, os olhos tremem...
Foi apenas um sonho. Ou talvez não...
Olho para o meu pulso onde reparo perplexa numa Lua tatuada.
Ela olha para o seu pulso onde um Sol parece brilhar...
A Lua não mostra sempre a mesma face, o Sol nasce todos os dias mas nem sempre se mostra...

sábado, 19 de agosto de 2006

As Feiticeiras


"Quanto lhe custa a fidelidade!... Rainhas, magos da Pérsia, admirável Circe! Sublime Sibila, ah! Que é feito de vós? E que bárbara transformação!... Aquela que, do trono do Oriente, ensinou as virtudes das plantas e a viagem das estrelas, aquela que no trípode de Delfos, radiosa de luz, proferia os seus oráculos ao mundo de joelhos - é ela, mil anos depois, que se expulsa como um animal selvagem, que se persegue nas encruzilhadas, amaldiçoada, acossada, apedrejada, atirada para os carvões a arder!... O clero não tem fogueiras bastantes, o povo injúrias suficientes e a criança pedras que cheguem contra a infeliz. O poeta (também criança) lança-lhe uma outra pedra, mais cruel para a mulher. Supõe, gratuitamente, que ela é sempre feia e velha. À palavra Feiticeira, vêem-se as horríveis velhas de Macbeth. Mas os processos cruéis mostram o contrário. Muitas morreram precisamente por serem jovens e belas.
A Sibila predizia o destino. E a Bruxa fazia-o. É a grande e verdadeira diferença. Ela evoca, conjura, opera o destino. Nao é a Cassandra antiga que tão bem via o futuro, o deplorava e guardava. Esta cria esse futuro. Mais do que Circe e Medeia, tem na mão a varinha do milagre natural, e por ajuda e irmã a Natureza. Tem ja traços do Prometeu moderno. Nela começa a indústria, sobretudo a indústria soberana que cura e refaz o homem. Ao contrário da Sibila, que parecia olhar a aurora, ela olha o pôr do Sol; mas justamente esse pôr do Sol sombrio dá, muito tempo antes da aurora (como acontece nos cimos dos Alpes), uma alvorada antecipada do dia.
O padre bem entrevê que o perigo, a inimiga, a terrível rivalidade está naquela que ele finge desprezar, a sacerdotiza da Natureza."

As Feiticeiras - Jules Michelet

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Ecos de Avalon

Ecos de Avalon...
Porque é preciso mudar mentalidades, porque é necessário abertura de espírito, porque a resposta não está no passado, não está no futuro, está no presente de nós mesmos agora. Podes procurar, ler, escrever, investigar pelo caminho, quando no fim terás apenas a Lua, o Sol, o Vento a roçar-te no rosto, a Chuva a molhar-te os cabelos, as Estrelas, o Silêncio do Universo, a música do Mar, os ecos da Terra que te ensinam mais do que qualquer mestre ou professor. E todos somos aprendizes, porque a alma apreende o que o corpo nao alcança...
Ecos de Avalon...
Podem escondê-la no véu de uma Virgem, os deuses tornam-se santos, os festivais viram feriados religiosos e a imagem da Deusa é banida para as sombras do esquecimento. Mas no íntimo não podemos negar quem somos e de onde viemos e há aqueles que se lembram e não esquecem vida após vida... Porque tudo tem um príncipio feminino e um príncipio masculino, e é atraves deles em conjunto que tudo existe e tudo acontece. É o momento do Pai, Filho e Mãe...